O 'rapper' moçambicano Azagaia, conhecido pelas suas críticas ao Governo, anunciou que vai abandonar a carreira, após ter provocado escândalo ao surgir num canal de televisão de uma igreja evangélica a preparar, para consumo, uma substância que parecia 'cannabis'.
Azagaia, de nome oficial Edson da Luz, é desde a semana passada tema de conversa na opinião pública das zonas urbanas moçambicanas, onde a sua carreira é seguida de perto, após surgir num programa da Televisão Miramar, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), sobre celebridades locais a preparar uma mortalha para embrulhar uma substância que o próprio disse ser "suruma".
Na entrevista ao programa "Atrações", Azagaia confirmou ter sido detido, recentemente, pela polícia por posse de droga, tendo contado que consome a substância por suposta recomendação médica, uma vez que padece de epilepsia.
A detenção a que o cantor se referia foi a segunda, após já ter sido detido em julho de 2011 na posse de alguns gramas de 'cannabis'.
Azagaia viria a ser posto em liberdade alguns dias depois, tal como aconteceu na segunda vez em que foi detido.
Em comunicado que colocou no domingo na sua conta do Facebook, o cantor anunciou que vai abandonar a carreira, alegando que a sua vida está em risco.
"Boa sorte, Moçambique! Eu acho que vou dar aquilo que me pode custar a vida e impedir de ver os meus filhos crescerem: O meu silêncio. Dei-vos dois álbuns: Babalaze e Cubaliwa. Acho que também já está tudo lá dito", diz o "post" do autor de "As Mentiras da Verdade".
Sem se referir diretamente às pessoas ou entidades que o querem matar, Azagaia diz que vai passar a viver em Namaacha, sua terra natal, a 75 quilómetros de Maputo.
"Depois de tanto refletir, cheguei a uma conclusão. Vou viver em Namaacha, terra onde nasci, porque é o melhor que eu faço. Se for para eu morrer, prefiro que seja lá", declara, no comunicado, o músico, filho de pai cabo-verdiano e mãe moçambicana.
Além de problemas com as autoridades moçambicanas devido a 'cannabis', Azagaia, para muitos o melhor 'rapper' moçambicano, já foi chamado para interrogatório pela Procuradoria-Geral da República, que considerou que a sua música "Povo no Poder" era uma incitação à violência.
As músicas do cantor não passam na rádio e televisão públicas.

0 Comentários